O Núcleo de Arte faz parte do programa de extensão educacional da Rede Municipal do Rio de Janeiro e conta com as seguintes linguagens artísticas: Música, Teatro, Dança, Artes Visuais, Arte Literária e Vídeo, oferecidas gratuitamente aos alunos da Rede Municipal.
As oficinas de música se baseiam na utilização, exploração e organização dos elementos da linguagem musical a partir dos movimentos corporais e dos instrumentos musicais.
Dança é liberdade de expressar através do corpo o sentimento do espirito.
É criatividade, ritmo e harmonia.
É realizar sonhos.
Venha realizar o seu, estamos te esperando!
As artes visuais reúnem produções de várias linguagens como: pintura, escultura, grafite, entre outros. Nosso trabalho é realizado em oficinas que possibilitam pesquisas, experimentações para o fazer arte, a partir de técnicas e conhecimento da Historia da Arte.
A oficina de vídeo busca elaborar projetos de produção de imagens com aplicação das ferramentas tecnológicas. Este exercício de captura e edição de imagens é feito de forma critica e criativa diante das transformações do mundo.
O tema TRAMA, escolhido pelo Núcleo em 2011, tem a ver com tecido, uma composição heterogênea feita de muitos fios, os quais uma vez entrelaçados implicam múltiplas camadas de leituras. Foi partindo desta idéia que escolhemos trabalhar com o universo do teatro de Cordel, não apenas porque cordel significa histórias que são vendidas nas feiras penduradas em cordas, mas porque engloba um universo de teatralidade que vem diretamente das tradições populares como do circo, das festas, das feiras, das rimas, dos repentes, da poesia e de histórias que acontecem no cotidiano muito parecidas com a Commedia dell Arte que eram histórias improvisadas pelos atores, valorizando a corporalidade. Foi assim que eu prof. de teatro, Eline de dança e Andréa Carneiro de música resolvemos mergulhar nestas tramas e começar nosso trabalho de apresentação que chamamos de: “Nas tramas do Cordel”: Vou começar falando de minha experiência neste processo de criação coletiva junto com os alunos. Primeiramente começamos com improvisações sobre alguns temas que eram típicos do teatro de Cordel como: O macaco que queria virar homem, O homem que trocou a mulher por uma vaca, A mulher que comeu um tamanco por ciúmes do marido... Após assistir ao filme “O auto da Compadecida”, pudemos identificar melhor a corporalidade e a teatralidade dos atores nesta tradição. Começamos a trabalhar um corpo mais característico desta região, pela voz e a forma de andar, que eram diferentes dos cariocas. Havia uma pesquisa também antropológica em como se colocar na cena. Em seguida novas improvisações em forma de circo: Os alunos improvisavam histórias de circo, com apresentação de palhaços ou de outros personagens do circo com uma música de fundo. Os alunos conseguiram se integrar totalmente na improvisação e entre eles e percebi que essa era nossa abertura da peça. Logo depois começamos a encontrar os conflitos do povo do sertão: os retirantes, a mulher nordestina e a seca. Surgiu a improvisação com imagens. Os alunos tinham que pesquisar imagens do sertão e reproduzir na cena. Eram três imagens e a música de fundo os ajudou a entrarem no clima. Em seguida encontrei uma poesia de Ferreira Gullar chamada “Uma Nordestina” e surgiram as narradoras que falavam essa poesia por trás das imagens. Assim íamos compondo nossas teias da peça e para não esquecer das feiras populares, onde se vende de tudo e da forma mais variada possível. Os alunos criaram o seu texto com a mercadoria que iam vender e tinha de ser típica do nordeste. A tradicional personagem da velha cega que conhece todas as histórias da cidade apareceu e ela chamava a todos para ouvir suas histórias. As crianças vinham buscá-la e sentavam rapidamente na frente para ouvir. Uma das histórias que ela conta é a de um morador chamado João que tinha ciúmes da mulher ir para igreja e que nós transformamos em uma cena dramática. Essa história foi encontrada por uma aluna na internet e que adaptei para se encaixar na peça. Também trabalhamos repentes com as músicas do teatro de cordel que achamos na internet. No final, todos cantam esse repente que fala sobre a amizade:“Seja amigo e amiga,Paz e solidariedade, não há dinheiro que compre, a verdadeira amizade, cultiva amor e carinho, semeia a fraternidade.” Este é somente um caminho de início para a primeira mostra de Teatro de 2011. Estão todos convidados espero que gostem!!! Andréa Stelzer.